Sistema de Proteção Contra Descargas Elétricas (SPDA): O que é e qual sua importância?

13/07/2022 09:24:02

SPDA é a sigla para “Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas” esses sistemas possuem como objetivo principal a proteção de prédios, antenas, animais e pessoas contra as descargas atmosféricas e seus efeitos. (As descargas atmosféricas são fenômenos naturais causados por atritos no céu, no qual gera um efeito de eletrização de grande diferença de potencial, criando o raio.)


Os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas são compostos por dispositivos instalados nos pontos mais altos das instalações e estruturas, onde elas proporcionam um caminho para terra oferecendo a menor resistência elétrica possível, para desta forma, oferecer um caminho para corrente criada pela descarga atmosférica fluir em direção a terra, sem danificar equipamentos ou estruturas, além de proteger as pessoas dentro da instalação.

A norma de instalação de SPDA é uma medida de proteção exigida pelo CBM (Corpo de Bombeiros Militares) e é regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da “NBR 5419 -Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas”. O tipo e o posicionamento do SPDA devem ser estudados cuidadosamente no estágio de projeto da edificação, para se tirar o máximo proveito dos elementos condutores da própria estrutura. Isto facilita o projeto e a construção de uma instalação integrada, permite melhorar o aspecto estético, aumentar a eficiência do SPDA e minimizar custos. 

O SPDA possui duas funções distintas: A função preventiva consiste na neutralidade da eletricidade nas nuvens situadas acima das edificações, não se concretizando a formação dos raios. Já na função corretiva, o sistema deve ser colocado no ponto mais alto da edificação a ser protegida e oferecer uma impedância mais baixa à passagem da corrente elétrica do raio. Se a nuvem for de intensidade suficiente para criar uma descarga atmosférica irá preferir o caminho através do SPDA.

O sistema se divide em 03 (três) partes principais: subsistema de captação, subsistema de descidas e subsistemas de aterramentos.



O Subsistema de captação: possui a função de interceptar as descargas atmosféricas. Na estrutura da edificação, os componentes desse subsistema devem ser posicionados nos cantos salientes, pontas expostas ou beiradas no topo da edificação (telhado ou cobertura) e o seu dimensionamento deverá ser conforme a norma técnica NBR 5419:05.

O Subsistema de descida: possui a função de conduzir a corrente de descarga atmosférica desde o subsistema captor até o subsistema de aterramento. Este elemento pode também estar embutido na estrutura, os subsistemas de descidas de para-raios podem ser compostos por cabos de cobre nu com 16mm², caso a edificação tenha até 20 metros de altura, acima disso devem ser utilizados cabos para-raios de cobre nu com 35mm² ou fitas de alumínio com 70mm², com todas as descidas interligadas por anéis a cada 20 metros.

O Subsistema de aterramento: possui a função de conduzir e a dispersar a corrente de descarga atmosférica na terra. Este elemento pode também estar embutido na estrutura. 

O dimensionamento para o SPDA consiste em 3 métodos:

Método do Ângulo de Proteção (conhecido como Franklin)

Foi o primeiro para-raios inventado por Benjamin Franklin, em 1753. É composto por uma haste de cobre que fica ligada a dois condutores e dois sistemas de ligação à terra. É recomendado para edificações sem muita área horizontal, com altura máxima de 45 metros ou 15 andares.




Método das Malhas (comumente conhecido como Gaiola de Faraday)

Feito por meio de uma combinação de condutores com ligação à terra, que são colocados a distâncias específicas, dependendo do nível de proteção desejado, formando uma gaiola em volta da construção.



Método da Esfera Rolante, Eletro geométrico ou Esfera Fictícia.

Este método é mais utilizado em construções com altura mais elevada e/ou formas arquitetônicas complexas. Neste método utiliza-se uma esfera fictícia a qual rola pela estrutura em todas as possíveis direções. Se nenhum ponto da estrutura, com exceção do subsistema de captação, tocar na esfera fictícia, a área está protegida.



Conforme NBR 5419:05, o SPDA deve passar por inspeções, uma inspeção visual do SPDA deve ser efetuada anualmente. Já inspeções completas devem ser efetuadas periodicamente, em intervalos de:

a) 5 anos, para estruturas destinadas a fins residenciais, comerciais, administrativos, agrícolas ou industriais, excetuando-se áreas classificadas com risco de incêndio ou explosão;

b) 3 anos, para estruturas destinadas a grandes concentrações públicas (por exemplo: hospitais, escolas, teatros, cinemas, estádios de esporte, centros comerciais e pavilhões), indústrias contendo áreas com risco de explosão, conforme a NBR 9518, e depósitos de material inflamável;

c) 1 ano, para estruturas contendo munição ou explosivos, ou em locais expostos à corrosão atmosférica severa (regiões litorâneas, ambientes industriais com atmosfera agressiva).











Autor: Victória K. Loth Duarte | Projetista

 
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