No mundo inteiro, milhões de pessoas buscam a geração distribuída (GD) de energia para reduzir a fatura de energia elétrica e contribuir para a preservação do meio ambiente. No Brasil a situação não é diferente.
O país atingiu o marco histórico de 400 mil unidades consumidoras que utilizam energias renováveis (solar fotovoltaica, biomassa, biogás, eólica etc.), alimentadas por mais de 320 mil conexões de sistemas de geração distribuída de energia. "A tendência mundial é que cada vez mais consumidores optem por uma outra forma de produzir e consumir a própria energia, de maneira mais econômica, eficiente e sustentável", diz Carlos Evangelista, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).
Em paralelo, a geração distribuída de energia renovável atingiu a marca 4 GW de potência instalada. O presidente da Associação comemora, já que o ano começou com 2 GW e a marca foi dobrada antes de 2020 acabar. De acordo com ele isso só é possível durante um ano como este, porque a GD é uma alternativa sustentável que também contribui para a redução dos custos com a energia.
Evangelista analisa que o perfil do consumidor de energia vem mudando no Brasil, já que ele busca cada vez mais liberdade de escolha, procura oportunidades de redução de custo, de inovação, eficiência energética e está incorporando valores como a sustentabilidade. Segundo ele, o crescimento da GD é prova da migração do perfil de consumidor para o de “prossumidor”.
O executivo destaca a participação de consumidores residenciais, que correspondem à maioria desse universo, com 72% das unidades geradoras cadastradas (os prossumidores). Unidades comerciais vêm em seguida, que representam 18%, rurais, 7% e industriais, 3%. "É preciso acabar com o mito de que a geração distribuída é para grandes empresários e consumidores mais afastados. Há projetos de todos os tamanhos e com fontes diversificadas, além de inúmeros projetos sociais levando os benefícios da geração distribuída aos mais carentes", explica Evangelista.
O presidente da ABGD antecipa que, após um ano de dificuldade devido à covid-19, 2021 poderá ter um crescimento ainda mais expressivo de unidades consumidoras e conexões. "A geração distribuída é uma excelente oportunidade em um cenário de recuperação econômica; ela significa economia financeira, redução de perdas com transporte de energia e mais sustentabilidade, uma característica cada vez mais procurada pelos consumidores", completa.
"Além disso, estamos trabalhando para que todo prosumidor não tenha que pagar o custo de disponibilidade, que é a taxa mínima cobrado pelas distribuidoras para manter-se conectado à rede", destaca Evangelista. "Com isso, iremos inserir mais 70 milhões de novos consumidores no mercado de GD que poderão assim se beneficiar das vantagens da geração distribuída com fontes renováveis de energia", conclui.
A Associação contribuiu tecnicamente para a elaboração de um capítulo inteiro dedicado à GD no anteprojeto do Código Brasileiro de Energia Elétrica, que traz uma proposta de consenso para a nova regulação. Com a modernização da regulação e a retomada econômica, o presidente da ABGD projeta mais crescimento em 2021. Para Evangelista, a geração distribuída é uma oportunidade em um cenário de recuperação econômica.
[1] ABGD. Brasil atinge 400 mil unidades consumidoras beneficiadas pela Geração Distribuída. Disponível em: http://www.abgd.com.br/portal/blog-pg/75/brasil-atinge-400-mil-unidades-consumidoras-beneficiadas-pela-geracao-distribuida./. Acesso em: 03 out. 2020.
[2] ABGD. Cenários ABGD: Edição Outubro. Disponível em: http://www.abgd.com.br/portal/dados-mercado/. Acesso em: 03 out. 2020.
[3] CANAL ENERGIA. GD atinge 4 GW de potência instalada no Brasil. Disponível em: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53152925/gd-atinge-4-gw-de-potencia-instalada-no-brasil. Acesso em 03 out. 2020.