O Plano de Operações Energéticas (PEN) pode ser caracterizado como um estudo, realizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com a finalidade de analisar as condições do atendimento ao consumo de energia elétrica, em um cenário de cinco anos à frente, de modo a garantir o suprimento energético.
Os principais elementos para a execução desse estudo são os critérios de suprimento, prescritos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a oferta de energia contratada por leilões públicos e as previsões de carga para o planejamento anual da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN).
No que tange às previsões de carga, são feitas a divisão, em subsistemas, e a revisão destas a cada quatro meses. Esta projeção é realizada em conjunto pelo ONS, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Ademais, o PEN também tem por objetivo propor eventuais estudos referentes a implantações de novos projetos de geração e transmissão ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), com o intuito de assegurar a operação energética do SIN.
A metodologia utilizada no estudo é feita em dois momentos: nos dois primeiros anos, são estabelecidas medidas operativas que visam resguardar o sistema de diversas hipóteses quanto a magnitude de estações secas ou chuvosas, uma vez que o funcionamento do sistema decorre, essencialmente, das conjunturas hidroenergéticas em curto prazo. Para tanto, são utilizados estudos prospectivos e análises probabilísticas, avaliando-se o comportamento nas reservas de cada subsistema e os requisitos de energias naturais afluentes, como por exemplo níveis de barragens, a fim de que se estabeleça os níveis de segurança operativos necessários.
Já nos três anos restantes, predominam-se expansões de geração e transmissão visando garantir a segurança operacional do sistema. Dessa forma, são executadas avaliações estruturais com situações fictícias e, também, com registros históricos de energias naturais afluentes.
Além disso, eventualmente, também são realizados balanços estáticos de demanda máxima e energia.
No entanto, devemos destacar que o PEN é desenvolvido anualmente e, portanto, caso advenham fatos importantes, os quais influenciem as condições de atendimento consideradas, o mesmo pode ser revisto e alterado.
Á vista disso, em decorrência da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), o ONS publicou em seu boletim semanal, do Programa Mensal de Operação (PMO), que a nova previsão de carga mensal no SIN poderá apresentar uma queda de 5,4% no mês de junho, em comparação com o valor registrado, neste mesmo mês, em 2019. Segundo os dados divulgados pelo órgão, os consumos nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul terão reduções de 4,3%, 2,4%, 7,5% e 1,8%, respectivamente. Essas reduções se dão, principalmente, em decorrência das medidas de isolamento social, adotadas no país inteiro, com a finalidade de conter o avanço da pandemia. A chamada “quarentena” tem sido um dos maiores responsáveis pelo comportamento da carga, observado nos últimos meses.
No entanto, a expectativa para o próximo período é otimista, espera-se obter uma leve retomada das atividades suspensas.
As principais premissas utilizadas no estudo da previsão de cargas foram:
- A previsão de uma queda de 5% no PIB;
- Os impactos negativos do novo Coronavírus, enfrentados no Brasil e no mundo;
- As informações do sistema obtidas no primeiro semestre de 2020;
- E o prognóstico do crescimento nas atividades a partir de 2021.
Fonte: ONS