Quando se fala em economia de energia elétrica, logo pensamos em ações de eficiência que podem ser implementadas em nossos meios. Uma dessas ações é a preocupação com o desempenho energético dos aparelhos eletrodomésticos.
Ao se tratar de aparelhos de ar condicionado, surge-se a dúvida: Investir em um aparelho split-inverter ou em um convencional? Buscando elucidar esses questionamentos, a equipe de eficiência energética da
GEBRAS investigou o estado da arte acadêmico sobre o assunto.
Primeiramente, definem-se as diferenças entre os dois tipos de aparelhos. No aparelho de ar condicionado do modelo convencional, o compressor possui somente duas opções, ou ligado ou desligado. Dessa forma, quando é necessário resfriar o ambiente o compressor é ligado e opera com a sua potência máxima (em Watts). Quando a temperatura do ambiente chega à temperatura desejada, o compressor é desligado. Já a tecnologia split-inverter é responsável pelo controle da rotação do compressor e, consequentemente, da potência (em Watts) fornecida ao mesmo.
Encontra-se abaixo uma ilustração adaptada do fabricande Daikin. Nela, pode-se observar o gráfico de rotações do compressor:
Na figura, o traço vermelho corresponde ao funcionamento do modelo convencional, enquanto que o traço azul representa o funcionamento do modelo split-inverter. A principal premissa do fabricante é a economia de energia elétrica de aproximadamente 30%.
Assim sendo, buscaram-se estudos com a finalidade tanto de validar, quanto refutar a premissa estabelecida pelo fabricante. Dentre eles, destacam-se:
Pham et. Al. (2014) realizaram um estudo de desempenho, o qual avaliou todos os parâmetros que afetam o consumo de energia em cada tipo de aparelho de ar condicionado, propôs cenários de utilização dos mesmos e concluiu que um aparelho inversor pode economizar entre 10% e 52% de energia elétrica.
Siriwardhana e Namal (2017) produziram um estudo de caso, no qual compararam o desempenho dos dois aparelhos em um prédio administrativo. Entretanto, parâmetros importantes foram omitidos – como a dimensão física do escritório. Eles concluíram que o consumo energético do ar condicionado tipo inversor é, em média, 35% menor.
Por fim, ao lidarmos com um processo de retrofit, isto é, a substituição de aparelhos antigos (Convencional) por aparelhos novos (Split-inverter), Marangoni et. Al. (2015) elaboraram um estudo de caso que levou em consideração os aspectos econômicos – como custo de aquisição e instalação dos aparelhos. Sob diversos cenários e suposições diferentes, os pesquisadores concluíram que a substituição do aparelho de ar condicionado convencional pelo aparelho com inversor só é viável no caso em que há a avaria do primeiro. Ainda assim, o Payback teria um escopo de 5,5 à 19 anos, valor dependente de múltiplos fatores, dentre eles:
Gradiente de temperatura entre o ambiente climatizado e o ambiente externo, coeficiente de rendimento do aparelho, características do recinto, tempo de utilização do aparelho e carga sob o compressor.
Através dos estudos apresentados, salientaram-se os diversos fatores que influenciam no processo de retrofit de climatização e as variabilidades dos resultados. Assim sendo, conclui-se que, para obter o melhor resultado econômico, há a necessidade de um estudo no local de instalação.
A GEBRAS fornece soluções de eficiência energética personalizadas com o PEES – Programa de Eficiência Energética e Sustentabilidade – comprovadas por uma vasta carteira de clientes.
Referências:
Pham, H. L., Tokura, S., Nguyen, V. D., Nguyen, N. A., & Lai, N. A. (2014). Study on Power Consumption and Energy Performance of Split-Type Air-Conditioners. Journal of Science & Technology, 100, 031-035.
Siriwardhana, M., & Namal, D. A. (2017). Comparison of Energy Consumption between a Standard Air Conditioner and an Inverter-type Air Conditioner Operating in an Office Building. SLEMA Journal, 20(1-2).
Marangoni, F., Tellini, T., Moreno, R. P. R., Ferreira, S., & Konopatpzki, E. (2015). Comparativo econômico entre condicionadores de ar com tecnologias convencional e inverter. XXXV Encontro Nacional de Engenharia de Producao–Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção, Fortaleza-CE, Brasil.